"Há peixes
que lutam
para se salvar
daqueles que caçam
em mar revoltoso"
(Zé Ramalho)
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Da
janela
do meu banheiro
vejo
o século vinte e hum
farfalhar lá fora
por entre árvores e arranha-céus
Da
janela
do meu banheiro
vejo as nuvens indignadas
Com elas
toda uma hoistória
de guerras vencidas
outras derrotadas, perdidas
Com elas
acordos submissos
nunca revelados a humanidade
Com elas
sequelas de negligências
e indugências
Com elas
as tristeza dos derrotados
a alegria dos vitoriosos
"amores derrotdos
prazeres exaltados"
Hummmm! que fedor
quando mentalizei
sobre o mundo, na reflexão; dissabor:
tantas atrocidades
tantas violências
tantas maldades
tantos subornos
tantas corrupções
quantas covardias
a desassocegar as noites
e também os dias
quanta impunidade
Um celeiro
de depravação
dos que mandam na união
(porque união se há tanta desunião)
fazem da vida um recipiente de capital
fazem de tudo, não levam a mal.
"Enquanto os homens exercem
seus poderes
morrer e matar de fome
de raiva e de sede
são tantas vezes gestos naturais" (Cetano Veloso)
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