"Acordei ao som do pintassilgo
do canário e do rouxinol
abro todas as janelas
deixo entrar o ar" (Manuela Vieira)
Epígrafe I - Eterno e Infinito (fronteiras sem limites)
DEDICADO CARINHOSAMENTE A MANUELA VIEIRA.
No silêncio
das madrugadas
procuro compreender o tempo
e me deparo com o infinito
No silêncio das madrugadas
me abro ao tempo, e participo-lhes
dos meus segrêdos e pretensões
e ele se mostra eterno e in compenetrável
na primeira esquina dos continentes
ele revela aos ventos
as minhas intenções, até então sigilosas
Agora já não são meus, os segredo intimos
os ventos os levaram: ao infinito e
a eternidade
No silêncio
das madrugadas
há uma solidão fascista: em cada olhar
em cada gesto
em cada atitude
em cada choro e
em cada sorriso
No silêncio das madrugadas
compulso pelo tempo
e escuto gemidos: eróticos
obscenos e
libidinosos
são sussurros estridentes
que ameaçam a todo instante
o silêncio inserido na noite
e eu me pergunto: "onde está o espelho
que Narciso me filou?
se ao menso eu pudesse ver-me
me conformaria com o meu real retrato
projetado pelo referido espelho.
No silêncio
proposital das madrugadas
todo barulho (mesmo um ruído)
é infernal aos ouvidos
...menos...a boa música
..esta é capaz de fazer milagres
pois há música: nos ventos
no farfalhar das folhas nas árvores
no infinito e
na morada de Deus
então, nas caladas da noite
cante um louvor ao Senhor
Ele irá ficar agraciado
e retribuirar-te-á com sinais de prodígio
operando um milagre
para nos livrar
dos sussurros infernais
que a poluição sonora fere o silêncio
da majestosa noite.
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