"Sou as letras
e elas me são a poesia"
(Anna Carvalho)
Do alto
do meu ap
munido com uma luneta
faço leitura das paisagens ao redor
e nelas me deparo com cenas
de heroísmo e reflexão
Estamos
no princípio do inverno
mas, neste sábado de abril
a chuva recuou dando espaço
para o sol espraiar sua luminosidade
De repente
minhas lentes captam
algo fenomenal:
Num galho de uma pitombeira
vejo um ninho de filhotes de ave
a mãe saíra a cata de alimentos
porém retornou num vôo rápido
ao perceber que seus rebentos
estavam literalmente ameaçados
Trata-se de um sagüin (mico)
habitante das nossas matas
foco ele nas minhas lentes e percebo
a ganância com que se aproxima do ninho
pulando os galho com habilidosa rapidez.
Ao voltar minha luneta para a pitombeira
percebo a ave-mãe abrindo o bico
de um lado para o outro incessantemente
como a clamar por reforço; não deu outra
vejo surgindo pássaros por todos os pontos
gente, não precisa nem eu dizer, a bronca
que o desgramado do mico se meteu,
cada rasante de um pássaro era uma bicada
não tardou a desistir, e ao saltar da pitombeira
para uma mangueira, de uma bicada de um concriz
desequilibrou-se no ar, uma sabiá acertou-lhe
tão braba que vi o sangue estancar
nas lentes de meu equipamento
ainda pude vê-lo tentando subir num coqueiro
mas tombou e saiu saltitando, perdi-o de vista
e os pássaro orgulhosos se espalham pelo céu.
Uma pequena reflexão: "Unidos jamais seremos vencidos"
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Obrigado por sua presença aqui no meu espaço de poesia e alegria.