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"O que és tu poeta
senão o sopro fugaz do vento
devolvendo ao nascedouro de outros sonhos
nas entrelinhas da pauta de um existir"
- Rosana Souza, uma homenagem pelos lindos versos.
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Faço
das noites
copos vazios
faço
das madrugadas
o subterfúgio
de mim mesmo
feito um hermafrodita
isolado no silêncio
que se destaca em meio às serestas
e aos sussurros dos corpos
em competição
(ou desafios)
Fico
por um fio
até que amanheça
feito alvorada
de mansinho pela estrada
e eu titubeando
corpo indisposto
da noite em insônia
À tardinha
me alegro
com o lusco-fusco vespertino
momento único para mim
nos ponteiros do roteiro
que registra ao tempo
solto o pensamento
e me sinto revigorado
Porém
a noite
logo vem novamente
e eu só, ser tem quem
não vejo ninguém
ao alcance de minhas mãos
Então leio as poesias de:
- Amarilis
- Amartvida (nina)
- Regina Ragazzi
- Ingride Caldas
- Irene Duarte
- D'Vilarinho
(uma pausa para a emoção)
- Bekin Bassan
Aí
meu sorriso vira uma maçã
ganha dimensão interestelar
abro ovinho/tomo a taça
o queijo? - trem de minas
lembro o clube da esquina
- Ah! se o maestro Wagner Tiso
soubesse desse momento
em que quero uma sonata
Declamarei versos para minha amada:
"E no fulgor
extasiante
do meu anseio
por um corpo feminino
fico feito um anonista menino
na cabeça mil fantasias
entre e o sol e o luar
Porém
guardo
o oceano de gametas
para quanto eu copular.
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