Vocábulos - Alma do Poeta: Encômio a Elomar Figueira

20 de out. de 2011

Encômio a Elomar Figueira


 "Tive muita dor de não ter nada
      pensando neste mundo tudo ter
         mas, só depois de penar pelas estadas
           beleza   na  pobreza   é  que   vim    ver"
                              (Elomar)

- Veio a noite...em sublimes acordes. Robson Ruas, ao reouvir Elomar lembrei-me de você, abraços

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Das
barrancas do rio Gavião
há uma voz, que canta
com emoção

Das
barrancas do rio Gavião
há um singelo compositor
cheio de inspiração

Das
barrancas la na Bahia
há um menestrel
que canta, canta, canta
dia-e-noite, noite-e-dia

Das
barrancas, longe de Salvador
há um, que canta com amor
do seu tempero sai cordel
feito planta/celulose de papel

Retirante
das caatingas em busca
de cantador andante
faz parceria com Xangai
e é um pega mas não cai
cada verso uma estrofe
cada estrofe um universo
cada universo uma constelação
de vocábulos, a imperar, a eludir
e sair por ai, fazendo cantorias
"Já cantei inté nas portas de um castelo
de um rei que se chamava de João
depois de ter cantado o dia inteiro
o rei me disse fique, eu disse não" (Elomar)

Trovador
por entre estradas andou
resíduos sólidos, dos pneus
a empoeirar sem vestígios
os poemas deste menestrel
que faz de versos um tropel.

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